domingo, 3 de janeiro de 2010

O IMPACTO DA PERDA DE SONO SOBRE A OBESIDADE E O RISCO DE DIABETES

A perda crônica de sono devido à restrição voluntária do horário de dormir é crescentemente comum na sociedade moderna. Nos estudos de laboratório com homens saudáveis, magros e jovens submetidos à restrição do sono durante 2 a 6 dias, foram demonstradas alterações significativas do metabolismo da glicose. A regulação neuroendócrina do apetite também foi afetada e incluiu a regulação decrescente do hormônio da saciedade, leptina, e a regulação crescente do hormônio estimulante do apetite, grelina.
De forma importante, essas anormalidades neuroendócrinas estavam correlacionadas com o aumento da fome e do apetite, que pode causar a ingestão de alimento em excesso e ganho de peso. Recentemente, foram observadas alterações significativas do metabolismo da glicose após a indução experimental de um elevado grau de fragmentação do sono e baixas quantidades de sono de onda lenta, sem alterações na duração do sono. Esses resultados indicam que a qualidade reduzida do sono também pode desempenhar um papel na fisiopatologia do diabetes. Consistente com esses achados,um número crescente de estudos epidemiológicos prospectivos e de seção cruzada forneceu evidência da associação entre sono curto e/ou deficiente e a prevalência ou incidência de obesidade e diabetes, após o controle de vários agentes de confusão . 
Em conclusão, a perda crônica de sono e/ou o sono deficiente, sendo estas as condições que afetam milhões de indivíduos, podem ser fatores importantes de risco de obesidade e diabetes, apesar de ser amplamente desprezados. As estratégias para melhorar a qualidade e a duração do sono devem ser consideradas para prevenir ou retardar o desenvolvimento dessas doenças .

Fonte : Spiegel,K.; Tasali, E.; Leproult, R.; Van Cauter,E.; Universidade Claude Bernard de Lyon, França e Departamento de Medicina, Universidade de Chicago, Chicago, EUA.

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